HAU 3: 9 / 10 de abril, 18 horas
(Programa duplo com Paula Carneiro Dias)
Charlene Sadd, Maceió
»Rótulo – As Impressões do Corpo«
Estreia na Europa
Conversa com o público: 10 de abril, após a apresentação
Segundo Zygmunt Bauman, nosso espaço de convivência social tem
sido conhecido como mercado, nos tornando uma sociedade de consumidores, onde
estamos preparados para nos divulgarmos e não para nos relacionar, e
quanto melhor a aparência melhor será a divulgação.
Assumimos assim um papel de produtos.
Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro
virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua subjetividade sem
reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as capacidades
esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável (...) A característica
mais proeminente da sociedade de consumidores – ainda que cuidadosamente
disfarçada e encoberta – é a transformação
dos consumidores em mercadoria (Bauman, 2008. Pág. 20)
A performance surge no intuito então de promover instigações sobre o corpo/imagem. Como pode ser possível termos propriedade de nossa imagem ante a relação abusiva e desconstrutiva do que é padrão de beleza na atualidade? O corpo social-cultural tem claramente forte domínio sobre o indivíduo, mas como induzir a aceitação da nossa própria imagem quando tudo ou muita coisa ao nosso redor nos grita para que sejamos desfigurados? Qual a imagem que temos de nós mesmos, frente ao espelho, frente aos outros, frente ao nosso desejo? Como tornar o corpo-produto em subjétil (Renato Ferracini). O corpo que é sujeito-objeto e ainda se projeta no tempo-espaço. Um corpo consciente. A obra investiga, a partir da anorexia (experienciada pela performer na adolescência), as exigências estéticas ao corpo, especialmente o feminino.